OMS alerta sobre a ameaça da mudança climática

Genebra, 4 mar (Prensa Latina) A diretora geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, alertou sobre a ameaça da mudança climática durante um painel de discussão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Esse fenômeno causa dezenas de milhares de mortes anualmente, através de seus diversos efeitos e impactos no mundo, advertiu a máxima representante da OMS.

Chan declarou que os especialistas estimam que para o ano 2050 causará 250 mil mortes adicionais a cada ano por malária, diarreia, insolação e desnutrição. As secas, inundações, incêndios florestais e ondas de calor custam vidas, e o mundo não pode se dar ao luxo de não empreender ações. Por isso, responsabilizar os países de suas políticas sobre o clima também é um assunto de justiça, apontou.

Como o impacto da mudança climática é universal, imprevisível, e na ocasião desafiadora, os seres humanos são, sem lugar a dúvidas, a espécie mais importante ameaçada, reconheceu.

Índices da Organização Meteorológica Mundial mostram que 2015 foi o ano mais quente desde que começaram os registros em 1880, e se prevê que 2016 tenha temperaturas ainda mais elevadas.

A propósito disso, a funcionária afirmou que as secas ameaçam o abastecimento de alimentos, já em perigo, especialmente em países pobres.

Chan indicou que a escala deste perigo é imensa, porque em algumas nações mais de 70% da população depende da agricultura para viver.

Além disso, sublinhou que os surtos de cólera prosperam tanto por excesso como por falta de água. Os insetos e outros portadores de doenças são muito sensíveis ao calor, umidade e chuvas, considerou.

Por outro lado, a mudança climática tem favorecido a extensão geográfica do dengue e pode fazer o mesmo com a malária.

Mais da metade da população mundial, sublinhou, vive em um área onde se encontra o mosquito Aedes aegypti, o principal vetor do zika, dengue e chikungunya.

Todas estas consequências para a saúde convertem ao primeiro acordo mundial sobre mudança climática, alcançado em Paris no ano passado, não somente em um tratado sobre meio ambiente mas também sobre saúde, apontou.